O
OLHAR DO SILÊNCIO
Realização:
Joshua
Oppenheimer
Sinopse:
Através
do trabalho de Joshua Oppenheimer, filmando os responsáveis pelo genocídio
indonésio, uma família de sobreviventes descobre como é que o filho foi
assassinado e a identidade dos homens que o mataram. O mais novo dos irmãos
está determinado a quebrar o feitiço de silêncio e medo sob o qual vivem os
sobreviventes e, assim, confronta os homens responsáveis pelo assassinato do
irmão – algo inimaginável num país onde os assassinos permanecem no poder.
Festivais:
Festival
de Veneza – Grande Prémio do Júri
Festival de Veneza – Prémio FIPRESCI
CPH: DOX – Grande Prémio
Festival de Veneza – Prémio FIPRESCI
CPH: DOX – Grande Prémio
O
documentário é filmado com uma magnífica grandiosidade simplista que faz
daquele episódio privado uma parábola para um país inteiro. - Jornal i
O OLHAR DO SILÊNCIO é um objecto precioso - Diário de Notícias
O OLHAR DO SILÊNCIO é profundo, visionário e
surpreendente. - Werner Herzog
Um dos melhores e mais poderosos documentários
alguma vez feito. Um comentário profundo sobre a condição humana. - Errol
Morris
Encantatório... A mestria de Oppenheimer
enquanto contador de histórias parece não ter limites. - Playlist
Fascinante, surpreendentemente belo - Hollywood
Reporter
Poderoso... Profundamente comovente - Variety
Essencial - Time Out
Visionário - Indiewire
Notável - BBC
Espantoso - The Daily Telegraph
Nota
do Realizador:
O
ACTO DE MATAR pôs a nu as consequências para todos nós de construir a realidade quotidiana
com base no terror e em mentiras.
O OLHAR DO SILÊNCIO explora o que é ser um sobrevivente numa realidade assim. Fazer um filme sobre sobreviventes de genocídio é entrar num campo minado de lugares-comuns, a maior parte dos quais serve para criar um protagonista heróico (se não santo) com quem nos podemos identificar, desse modo assegurando-nos, de forma falsa, que na catástrofe moral da atrocidade não temos nada a ver com os agressores. Mas apresentar os sobreviventes como santos, de modo a assegurar-nos que somos bons, é usá-los para nos iludirmos a nós mesmos. É um insulto à experiência dos sobreviventes e não ajuda nada a compreender o que significa sobreviver à atrocidade, o que significa viver uma vida despedaçada pela violência generalizada e ser silenciado pelo terror. Para atravessar esse campo minado de lugares-comuns, tivemos de explorar o silêncio em si.
O OLHAR DO SILÊNCIO explora o que é ser um sobrevivente numa realidade assim. Fazer um filme sobre sobreviventes de genocídio é entrar num campo minado de lugares-comuns, a maior parte dos quais serve para criar um protagonista heróico (se não santo) com quem nos podemos identificar, desse modo assegurando-nos, de forma falsa, que na catástrofe moral da atrocidade não temos nada a ver com os agressores. Mas apresentar os sobreviventes como santos, de modo a assegurar-nos que somos bons, é usá-los para nos iludirmos a nós mesmos. É um insulto à experiência dos sobreviventes e não ajuda nada a compreender o que significa sobreviver à atrocidade, o que significa viver uma vida despedaçada pela violência generalizada e ser silenciado pelo terror. Para atravessar esse campo minado de lugares-comuns, tivemos de explorar o silêncio em si.
O
resultado, O OLHAR DO SILÊNCIO, é, espero eu, um poema sobre um silêncio nascido
do terror, um poema sobre a necessidade de quebrar esse silêncio, mas também
sobre o trauma que surge quando o silêncio é quebrado. Talvez o filme seja um
monumento ao silêncio, uma lembrança de que, apesar de querermos seguir
em
frente, ignorar e pensar noutras coisas, nada recomporá o que se quebrou. Nada acordará
os mortos. Temos de parar, reconhecer as vidas destruídas, esforçar-nos por escutar
o silêncio que se segue.
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